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Aula 04 - Engenharia Social e Manipulação
- Oton de Oliveira
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6 anos 8 meses atrás - 6 anos 7 meses atrás #33432
por Oton de Oliveira
A Engenharia Social tem como objetivo manipular a sua opinião. Ela está em todos os lugares, embora você não perceba. Os estudos sobre o comportamento, em conjunto com a ascensão da Neurologia, mapearam o ser humano. Especialistas dessa área encontram-se em praticamente em todos os segmentos, mas principalmente, na publicidade. O que eles querem é te persuadir, te manipular a fazer o que eles programaram para você. Essa aula trabalha os princípios das técnicas mais comuns de manipulação da opinião usadas atualmente.
1. A estratégia da diversão - Pão e circo
Elemento primordial do controle social, a estratégia da diversão consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mutações decididas pelas elites políticas e econômicas, graças a um dilúvio contínuo de distrações e informações insignificantes.
A estratégia da diversão é igualmente indispensável para impedir o público de se interessar pelos conhecimentos essenciais, nos domínios da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.
“Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por assuntos sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar, voltado para a manjedoura com os outros animais” (extraído do livro “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).
2. Criar problemas, depois oferecer soluções
Este método também é denominado “problema-reação-solução”. Primeiro cria-se um problema, uma “situação” destinada a suscitar uma certa reação do público, a fim de que seja ele próprio a exigir as medidas que se deseja fazê-lo aceitar. Exemplo: deixar desenvolver-se a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público passe a reivindicar leis securitárias em detrimento da liberdade. Ou ainda: criar uma crise econômica para fazer como um mal necessário o recuo dos direitos sociais e desmantelamento dos serviços públicos.
3. A estratégia do esbatimento
Para fazer aceitar uma medida inaceitável, basta aplicá-la progressivamente, de forma gradual, ao longo de 10 anos. Foi deste modo que condições socioeconômicas radicalmente novas foram impostas durante os anos 1980 e 1990.
4. A estratégia do diferimento – Adiamento, transferir para uma outra data ou momento.
Outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular é apresentá-la como “dolorosa, mas necessária”, obtendo o acordo do público no presente para uma aplicação no futuro. É sempre mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro porque a dor não será sofrida de repente. A seguir, porque o público tem sempre a tendência de esperar ingenuamente que “tudo irá melhor amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Finalmente, porque isto dá tempo ao público para se habituar à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegar o momento.
5. Dirigir-se ao público como se fossem crianças pequenas
A maior parte das publicidades destinadas ao grande público utilizam um discurso, argumentos, personagens e um tom particularmente infantilizadores, muitas vezes próximos do debilitante, como se o espectador fosse uma criança pequena ou um débil mental. Exemplo típico: nossos comerciais de cerveja. Outro exemplo: personagens-bordões do Zorra Total. Quanto mais se procura enganar o espectador, mais se adota um tom infantilizante. Por quê?
“Se se dirige a uma pessoa como ela tivesse 12 anos de idade, então, devido à sugestibilidade, ela terá, com uma certa probabilidade, uma resposta ou uma reação tão destituída de sentido crítico como aquela de uma pessoa de 12 anos”. (referência a “Armas silenciosas para guerra tranquilas” )
6. Apelar antes ao emocional do que à reflexão
Apelar ao emocional de uma pessoa é uma técnica clássica para destruir a análise racional e, portanto, o sentido crítico dos indivíduos. Além disso, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para ali implantar ideias, desejos, medos, pulsões ou comportamento.
O emocional rompe suas defesas.
Outra camada emocional dos humanos que são seus pontos fracos são suas paixões. As paixões impedem que você raciocine e responda a situação pela reflexão e lógica.
Esse entendimento inclusive é adotado pelo nosso judiciário no julgamento dos crimes. Sentimentos passionais são motores que impulsionam a persuasão. Por isso que, você pode criticar o que quiser, exceto as emoções e paixões de um povo.
Quantas vezes você já viu algum político brasileiro fazer algo contra o futebol? Ou contra o carnaval? Ou uma emissora de TV americana criticar o Super Bowl? Ou um jornal francês falar mal da Arte?
Perceba, você pode afundar um país como aconteceu na Grécia, pode fazer rombos imensos no erário como acontece no Brasil, a única atitude que lhe é vedada é se opor as paixões.
O bom tuiteiro usa as paixões como cordas extras na sua marionete para poder controlá-la com maior facilidade. Se opor, seria cortá-las. Menos cordas, menos controle. Ponha-se no lugar da marionete e pense: quantas linhas das paixões você conseguiria cortar?
7. Manter o público na ignorância e no disparate
Atuar de modo a que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e a sua escravidão.
“A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser da espécie mais pobre, de tal modo que o fosso da ignorância que isola as classes inferiores das classes superiores seja e permaneça incompreensível pelas classes inferiores”. (referência a “Armas silenciosas para guerra tranquilas” )
8. Encorajar o público a comprazer-se na mediocridade
Encorajar o público a considerar “chique” o fato de ser idiota, vulgar e inculto. Veja que é incidida, por exemplo, na cultura de vários países, o comportamento de deboche frente a pessoa que usa a linguagem culta da sua língua fora de ocasiões formais. Ou persuadir o público a adotar certos comportamentos como sinal de inteligência, tais como:
9.Substituir a revolta pela culpabilidade
Fazer crer ao indivíduo que ele é o ÚNICO responsável pela sua infelicidade, devido à insuficiência da sua inteligência, das suas capacidades ou dos seus esforços.
10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles conhecem a si próprios
No decurso dos últimos 50 anos, os progressos fulgurantes da ciência cavaram um fosso crescente entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dirigentes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” chegou a um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema chegou a conhecer melhor o indivíduo médio do que este se conhece a si próprio. Isto significa que na maioria dos casos o sistema detém um maior controle e um maior poder sobre os indivíduos do que ele mesmo.
Professor de Química
Aula 04 - Engenharia Social e Manipulação foi criado por Oton de Oliveira
Engenharia Social e Manipulação
A Engenharia Social tem como objetivo manipular a sua opinião. Ela está em todos os lugares, embora você não perceba. Os estudos sobre o comportamento, em conjunto com a ascensão da Neurologia, mapearam o ser humano. Especialistas dessa área encontram-se em praticamente em todos os segmentos, mas principalmente, na publicidade. O que eles querem é te persuadir, te manipular a fazer o que eles programaram para você. Essa aula trabalha os princípios das técnicas mais comuns de manipulação da opinião usadas atualmente.
1. A estratégia da diversão - Pão e circo
Elemento primordial do controle social, a estratégia da diversão consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mutações decididas pelas elites políticas e econômicas, graças a um dilúvio contínuo de distrações e informações insignificantes.
A estratégia da diversão é igualmente indispensável para impedir o público de se interessar pelos conhecimentos essenciais, nos domínios da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.
“Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por assuntos sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar, voltado para a manjedoura com os outros animais” (extraído do livro “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).
2. Criar problemas, depois oferecer soluções
Este método também é denominado “problema-reação-solução”. Primeiro cria-se um problema, uma “situação” destinada a suscitar uma certa reação do público, a fim de que seja ele próprio a exigir as medidas que se deseja fazê-lo aceitar. Exemplo: deixar desenvolver-se a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público passe a reivindicar leis securitárias em detrimento da liberdade. Ou ainda: criar uma crise econômica para fazer como um mal necessário o recuo dos direitos sociais e desmantelamento dos serviços públicos.
3. A estratégia do esbatimento
Para fazer aceitar uma medida inaceitável, basta aplicá-la progressivamente, de forma gradual, ao longo de 10 anos. Foi deste modo que condições socioeconômicas radicalmente novas foram impostas durante os anos 1980 e 1990.
4. A estratégia do diferimento – Adiamento, transferir para uma outra data ou momento.
Outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular é apresentá-la como “dolorosa, mas necessária”, obtendo o acordo do público no presente para uma aplicação no futuro. É sempre mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro porque a dor não será sofrida de repente. A seguir, porque o público tem sempre a tendência de esperar ingenuamente que “tudo irá melhor amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Finalmente, porque isto dá tempo ao público para se habituar à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegar o momento.
5. Dirigir-se ao público como se fossem crianças pequenas
A maior parte das publicidades destinadas ao grande público utilizam um discurso, argumentos, personagens e um tom particularmente infantilizadores, muitas vezes próximos do debilitante, como se o espectador fosse uma criança pequena ou um débil mental. Exemplo típico: nossos comerciais de cerveja. Outro exemplo: personagens-bordões do Zorra Total. Quanto mais se procura enganar o espectador, mais se adota um tom infantilizante. Por quê?
“Se se dirige a uma pessoa como ela tivesse 12 anos de idade, então, devido à sugestibilidade, ela terá, com uma certa probabilidade, uma resposta ou uma reação tão destituída de sentido crítico como aquela de uma pessoa de 12 anos”. (referência a “Armas silenciosas para guerra tranquilas” )
6. Apelar antes ao emocional do que à reflexão
Apelar ao emocional de uma pessoa é uma técnica clássica para destruir a análise racional e, portanto, o sentido crítico dos indivíduos. Além disso, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para ali implantar ideias, desejos, medos, pulsões ou comportamento.
O emocional rompe suas defesas.
Outra camada emocional dos humanos que são seus pontos fracos são suas paixões. As paixões impedem que você raciocine e responda a situação pela reflexão e lógica.
Esse entendimento inclusive é adotado pelo nosso judiciário no julgamento dos crimes. Sentimentos passionais são motores que impulsionam a persuasão. Por isso que, você pode criticar o que quiser, exceto as emoções e paixões de um povo.
Quantas vezes você já viu algum político brasileiro fazer algo contra o futebol? Ou contra o carnaval? Ou uma emissora de TV americana criticar o Super Bowl? Ou um jornal francês falar mal da Arte?
Perceba, você pode afundar um país como aconteceu na Grécia, pode fazer rombos imensos no erário como acontece no Brasil, a única atitude que lhe é vedada é se opor as paixões.
O bom tuiteiro usa as paixões como cordas extras na sua marionete para poder controlá-la com maior facilidade. Se opor, seria cortá-las. Menos cordas, menos controle. Ponha-se no lugar da marionete e pense: quantas linhas das paixões você conseguiria cortar?
7. Manter o público na ignorância e no disparate
Atuar de modo a que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e a sua escravidão.
“A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser da espécie mais pobre, de tal modo que o fosso da ignorância que isola as classes inferiores das classes superiores seja e permaneça incompreensível pelas classes inferiores”. (referência a “Armas silenciosas para guerra tranquilas” )
8. Encorajar o público a comprazer-se na mediocridade
Encorajar o público a considerar “chique” o fato de ser idiota, vulgar e inculto. Veja que é incidida, por exemplo, na cultura de vários países, o comportamento de deboche frente a pessoa que usa a linguagem culta da sua língua fora de ocasiões formais. Ou persuadir o público a adotar certos comportamentos como sinal de inteligência, tais como:
- Relacionar gostos, crenças e estilos como reflexo de inteligência
- Atribuir o ceticismo e a incredulidade extrema ao raciocínio e lógica e, consequentemente, a Inteligência, permitindo que as próprias vítimas das manobras de indução virem peões jogando ao seu favor e dissuadindo a opinião pública para longe do objeto comprometedor
- Dogmatizar a Ciência, que assume o papel de Religião aos seus adeptos, transformando suas decisões e visões em relação ao ponto de vista do público em conclusões indiscutíveis e insusceptíveis a erros
- Ensinar que a opinião da maioria sempre é aquela que você deve adotar
9.Substituir a revolta pela culpabilidade
Fazer crer ao indivíduo que ele é o ÚNICO responsável pela sua infelicidade, devido à insuficiência da sua inteligência, das suas capacidades ou dos seus esforços.
10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles conhecem a si próprios
No decurso dos últimos 50 anos, os progressos fulgurantes da ciência cavaram um fosso crescente entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dirigentes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” chegou a um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema chegou a conhecer melhor o indivíduo médio do que este se conhece a si próprio. Isto significa que na maioria dos casos o sistema detém um maior controle e um maior poder sobre os indivíduos do que ele mesmo.
Professor de Química
Ultima edição: 6 anos 7 meses atrás por Oton de Oliveira.
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